quinta-feira, 10 de maio de 2012

Viagem Angra dos Reis

"Se existe um paraíso, é bem perto daqui." A frase foi registrada em carta por Américo Vespúcio para descrever a antiga Vila dos Santos Reis Magos, hoje, Angra dos Reis, uma das mais antigas cidades brasileiras, descoberta por Gonçalo Coelho, em 6 de janeiro de 1502. Distante 166 km da capital carioca, no litoral sul do Rio de Janeiro, guarda uma riqueza histórica, lendas envolvendo piratas, navios fantasmas e naufrágios e muitas, muitas belezas naturais. Oito baías, 365 ilhas e 2.000 praias. Que outro lugar reserva tantas opções para o viajante?

O roteiro turístico de Angra dos Reis está dividido em cinco corredores: Ponta Leste, Centro, Estrada do Contorno, Ponta Sul e da Ilha Grande. Caminhadas por trilhas que levam a cachoeiras ou praias reservadas, passeios de barco que têm como destino ilhas paradisíacas de águas cristalinas ou mergulhos entre peixes coloridos são algumas das muitas opções de lazer proporcionadas pela exuberante natureza da região.

A combinação do verde da mata atlântica com as areias claras, o mar calmo de grande parte das praias e ilhas e suas águas esverdeadas faz de Angra dos Reis um dos destinos mais procurados do litoral do Rio. No entanto, para conhecer Angra dos Reis e tudo que a cidade oferece não basta ficar no continente. É preciso deixar a terra firme, seja contratando um passeio de escuna junto a uma agência credenciada, seja fretando um barco ou lancha (neste caso, a vantagem é poder traçar o seu próprio roteiro).

As águas calmas das praias do continente e ilhas próximas se devem à proteção oferecida pelas ilhas Grande e Gipóia, respectivamente, a primeira e a segunda maiores de Angra dos Reis.

A Ilha Grande, destino que merece alguns dias de sua estadia na região, é um "assunto" à parte. Fica a uma hora e meia de barco do continente e concentra 106 praias (muitas delas semi-selvagens), várias vilas e histórias de piratas. Nela, estão as ruínas do Instituto Penal Cândido Mendes, antigo presídio de presos políticos da época da ditadura.

Da colônia às usinas nucleares

Construções dos séculos 17 e 18, incluindo conventos, igrejas, monumentos e ermidas, predominantemente influenciadas pelo catolicismo, formam o acervo histórico e arquitetônico do local, proporcionando ao visitante conhecer um pouco da trajetória da cidade, que remonta os "grandes ciclos econômicos" da história do Brasil.

No início da colonização, foi uma região cobiçada por europeus para exploração e contrabando de produtos tropicais. Por sua baía repleta de ilhas, serviu de importante entreposto comercial para grandes rotas marítimas vindas da Europa e África. Por suas matas passam estradas que foram de suma importância no período colonial para interligar São Paulo e Minas Gerais ao litoral do Rio de Janeiro.

Foi no século 19 que o município viveu períodos áureos graças ao café, vista o surgimento da Vila Histórica de Mambucaba, que alcançou grande prosperidade econômica com a expansão da lavoura cafeeira e do comércio que alimentava o porto ali existente.

A polêmica implantação da Usina Nuclear Angra 1 (1972-1980), além da instalação do Terminal Petrolífero da Baía da Ilha Grande (1974-1979) e da abertura da Rodovia Federal Rio-Santos (BR-101), redefiniu o "desenvolvimento" da cidade e o tipo de ocupação. O turismo é, sem dúvida, a principal e mais próspera atividade econômica de Angra dos Reis. Sinal disso são os condomínios e as pousadas que ocupam grande parte da orla continental. Mas fique tranqüilo: ainda é possível encontrar muitos pequenos paraísos reservados e praias quase desertas.

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